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NINGUÉM SABE DE NADA – Cerveró diz não saber de interferência de Lula na nomeação para a Petrobras

O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró afirmou nesta quinta-feira (24) que não sabe de nenhuma interferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na indicação dele para o alto escalão da estatal em 2003. aqui

“Eu não conhecia o presidente Lula nessa época, então, não sei de nenhuma interferência dele neste caso”, disse Cerveró. Ele afirmou também que soube que quem fazia essas indicações era o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.

Cerveró é colaborador da Operação Lava Jato e foi ouvido na Justiça Federal, em Curitiba, como testemunhas de acusação no processo que tem o ex-presidente como réu. A ação trata da propriedade de um apartamento tríplex, no Guarujá, litoral paulista.

Eu não sei dizer. As minhas reuniões com o presidente Lula foram sempre reuniões em conjunto com a diretoria. Eu nunca tive uma conversa privada com o presidente Lula sobre este assunto.

O Ministério Público Federal (MPF) diz que o imóvel foi cedido pela construtora OAS ao ex-presidente, como pagamento de propina por contratos fechados entre a empreiteira e a Petrobras. A defesa de Lula nega os fatos.

Cerveró disse não conhecer o tríplex em Guarujá e também não ter conhecimento se o imóvel pertence ao ex-presidente da República. “Eu não conheço nem o Guarujá”, respondeu Cerveró, após uma pergunta da defesa de Lula.

No âmbito da Lava Jato, os investigadores afirmam que os diretores tinham apoio políticos para ocupar cargos na diretoria, recebendo e repassando propina para políticos e partidos a partir de contratos da Petrobras.

Cerveró foi já condenado a 27 anos e quatro meses de prisão na Lava Jato e ao celebrar acordo de colaboração com o Ministério Público Federal se comprometeu a devolver mais de R$ 17 milhões aos cofres públicos.

Atualmente, ele cumpre prisão domiciliar.  Questionado pelo representante do MPF, o ex-diretor da Petrobras afirmou que não sabe dizer se Lula tinha conhecimento sobre a utilização da diretoria para distribuição de valores para os partidos.

“Eu não sei dizer. As minhas reuniões com o presidente Lula foram sempre reuniões em conjunto com a diretoria. Eu nunca tive uma conversa privada com o presidente Lula sobre este assunto”.

Segundo Cerveró, alguns políticos falaram para ele que levariam a informação de que também estava sendo apoiado pelo PMDB do Senado. “Mas não me disseram nada sobre se havia sido informado o compromisso, quanto que eu teria que contribuir… Nada disso”.

A nomeação
Segundo Cerveró, ele foi indicado para a diretoria Internacional, oficialmente, pelo ex-governador do Mato Grosso do Sul Zeca do PT, que era uma pessoa próxima ao atual  senador cassado Delcídio do Amaral.

Delcídio do Amaral foi líder do governo Dilma Rousseff e foi preso em novembro de 2015 suspeito de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. De acordo com a investigação, Delcídio ofereceu R$ 50 mil mensais ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para que ele não fechasse acordo de delação premiada ou, se fizesse, não citasse o então parlamentar.

O ex-diretor relatou que não houve acordo, antes da nomeação dele, para qualquer tipo de “compromisso”, como propina ou apoio partidário. “Não que eu não tenha contribuído posteriormente para as campanha”, acrescentou Cerveró.

Ainda de acordo com Cerveró, ele tinha compromissos com o PT e com o PMDB. “Com a ocorrência do Mensalão, o PMDB, na figura do ministro Silas Rondeau, na época, me chamou e disse que devido ao enfraquecimento e ao desgaste do PT, o PMDB do Senado, havia esta divisão, passaria também a me apoiar”.

As contribuições foram feitas via operadores, de acordo com Cerveró. Segundo o ex-diretor, os diretores tinham compromisso com patrocinadores ou partidos ou indicações pessoais e isso é uma tradição na Petrobras.

“Isso era uma prática. Não no governo Lula (…) Isso é uma pratica estabelecida na Petrobras. Não começou nem no governo de Fernando Henrique. Isso é anterior. Isso é prática da companhia, mas, no meu caso, não houve um compromisso direto com o governador Zeca”.

Propina a Delcídio do Amaral
Cerveró voltou a afirmar ter pago cerca de US$ 2,5 milhões, de propina, a Delcídio do Amaral. Conforme Cerveró, a quantia foi paga por operadores em parcelas. “Isso foi pago em algumas vezes atendendo, inclusive, a apelos do senador Delcídio, mas eu não me recordo em quantas parcelas foi pago. O total ficou próximo desse valor que eu falei [US$ 2,5 milhões]”, relatou.

A propina foi repassada a Delcídio do Amaral por diversos contratos firmados na área internacional da Petrobras. O dinheiro era para a campanha de Delcídio do Amaral, em 2006, para o Governo do Mato Grosso do Sul, segundo Cerveró.

Dívidas partidárias
Ao ser questionado pelo MPF, se a indicação dele para a BR Distribuidora tinha envolvimento com a empréstimo relacionado à sonda Vitória 10 mil, Cerveró disse que a indicação dele foi um agradecimento por ele ter quitado uma dívida do PT.

“Ele [Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras] me disse que o PT tem uma dívida de R$ 50 milhões que foi empréstimo tomado junto ao Banco Schahin e vê o que você pode fazer, o que vocês estão negociando com a Schahin. Aí eu chamei o filhos dos donos do Schahin, o Fernando Schahin, que era diretor da Schain Óleo e Gás, e sabia que eles estavam com essa pretensão e falei: ‘olha, nós podemos colocar vocês como operadores da sonda, que eles já operavam uma sonda na Bacia de Campos, desde que a dívida de R$ 50 milhões seja liquidada.

Aí ele até reclamou ‘isso é o banco’, eu falei ‘bom, isso é problema de vocês não é problema meu, quer dizer, eu sei que o grupo é o mesmo’. E dois ou três dias depois, o Gabrielli me ligou e me disse ‘olha, o problema está resolvido, pode ir em frente’. E aí me foi dito que essa liquidação, de eu ter conseguido liquidar essa dívida, teria sido um dos motivos, uma compensação, ou seja, teria sido uma forma de agradecimento pelo fato de eu ter conseguido liquidar essa dívida do PT”.

A dívida do PT, segundo Cerveró, era da campanha de 2006. De acordo com Cerveró, Gabrielli propôs que ele resolvesse o problema da dívida do PT. Em contrapartida, Gabrielle solucionaria a uma dívida do PMDB, pela qual Cerveró estava sendo cobrado.

“Eu fui levar o (sic) Gabrielli um problema que o Silas [ex-ministro Silas Rondeau, que era do PMDB] estava me pressionando para liquidar uma dívida do PMDB de R$ 10 ou R$ 15 milhões da campanha de 2006. Eu fui pedir ajuda ao Gabrielli, e o Gabrielli falou: ‘vamos fazer uma troca’. Eu me lembro dessa conversa, foi uma conversa só nós dois em que o Gabrielli falou ‘vamos fazer uma troca, deixa que eu resolvo o problema do Silas e você resolve o problema do PT’”.

Em abril, quando Cerveró prestou o primeiro depoimento a Sérgio Moro, como delator da Operação Lava Jato, ele já havia relatado ao juiz as questões referentes a essas dívida.

(Via Redação)

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