Time da Raça, Time de Guerreiros, Time de Monstrão. São várias as alcunhas do Avaí, que conseguiu driblar as adversidades de um ano difícil e conquistar o acesso para a Série A, um ano após a queda para Segunda Divisão. O retorno à elite do futebol nacional veio com uma rodada de antecedência e com gol do catarinense de Águas Mornas Diego Jardel, que marcou o único tento na vitória por 1 a 0 sobre o Londrina, no sábado, no estádio do Café, na cidade do norte paranaense. aqui
No próximo sábado, o Leão encerra sua participação na Série B e espera casa cheia para comemorar o acesso com a torcida na partida contra o Brasil de Pelotas, às 17h30, na Ressacada. Os valores dos ingressos ainda não foram divulgados pelo clube.
E parece que a filosofia do bruxo da Ressacada contaminou o grupo, que abraçou a ideia e passou a também acreditar no acesso, que hoje é realidade.
Mas nem tudo foram flores no ano do Avaí. O clube mais uma vez teve que conviver com o problema dos salários atrasados, brigou pelo terceiro ano consecutivo contra o rebaixamento no Catarinense, ficou o primeiro semestre todo sem seu principal jogador, o capitão Marquinhos, e passou por uma troca turbulenta na presidência – Nilton Macedo Machado renunciou em abril e Francisco José Battistotti assumiu sob pressão e em meio a ameaças de torcedores.
Sob o comando do técnico Silas, o Leão começou a Série B desacreditado, brigando na parte de baixo da tabela e com o objetivo de não cair para a Terceira Divisão. Objetivo muito pequeno para a história do clube, segundo Joceli dos Santos, que assumiu como diretor de Esportes no lugar de Marcelo Gonçalves, em agosto. Também foi em agosto que Marquinhos estreou, na derrota por 3 a 0 para o Bahia. Parecia que nem o Galego salvaria o Avaí, que a essas alturas brigava de fato contra o rebaixamento para a Série C.
A chegada do técnico Claudinei Oliveira, no fim de agosto, mudou o panorama avaiano. Foram nove jogos de invencibilidade – contando a partida comandada pelo auxiliar técnico Evando, o Iluminado –, que não só livraram o Leão da degola, como deram ao time do Sul da Ilha a possiblidade de sonhar com o acesso. A cada rodada, o sonho foi ficando vez mais próximo da realidade até que Diego Jardel, o Messias da Ressacada, marcou o gol que recolocou o Avaí entre os 20 melhores times do Brasil.
Chegada de Joceli dos Santos
O manezinho Joceli dos Santos foi um dos únicos a acreditar no acesso do Avaí quando ninguém acreditava. Primeiro, quando assumiu como assessor da presidência, e, depois, como diretor de esportes do clube, no returno da Série B. Para o dirigente, a história do Leão não permitia à equipe apenas lutar contra o rebaixamento, mas sim brigar para subir. E parece que a filosofia do bruxo da Ressacada contaminou o grupo, que abraçou a ideia e passou a também acreditar no acesso, que hoje é realidade.
Chegada de Claudinei Oliveira
O técnico Claudinei Oliveira assumiu o Avaí na 22ª rodada da Série B. O Leão estava brigando na parte de baixo da tabela, próximo da zona de rebaixamento. Mas com uma arrancada impressionante de oito jogos de invencibilidade, o treinador mudou o cenário na Ressacada. Em 16 jogos, foram 12 vitórias, três empates e apenas uma derrota para o campeão Atlético-GO. Um aproveitamento de 81%.
A volta de Marquinhos
Ausente dos gramados por noves meses devido a uma cirurgia no joelho esquerdo, em novembro de 2015, o capitão Marquinhos estreou apenas na abertura do returno. A derrota por 3 a 0 para o Bahia, na Ressacada, não foi um bom começo. Mas depois disso, o Galego deitou e rolou. Além dos gols e das assistências, o camisa 10 contribuiu com seu espírito de liderança para conquistar seu terceiro acesso pelo clube do coração.
A consistência da defesa e o paredão Renan
A consistência da defesa avaiana – a terceira melhor da Série B, atrás apenas de Londrina e Bahia – tem origem em um paredão chamado Renan. O goleiro, que veio do Botafogo no início do ano, foi essencial para o acesso com grandes defesas e por salvar o Avaí em vários jogos. Virou ídolo na Ressacada. A chegada de Betão, que formou a dupla de zaga com Fábio Sanches, também acertou a zaga do Leão, que não sofreu gols nos últimos cinco jogos.
A gestão de Battistotti
Alvo de críticas e até de ameaças, mesmo antes de assumir a presidência do Avaí, o presidente Francisco José Battistotti suportou a pressão da torcida e teve papel importante no acesso do Avaí. Com a ajuda de alguns avaianos “notáveis” e de outros dirigentes, o mandatário azurra conseguiu contornar a situação financeira crítica do clube. Estender prazos de pagamentos, adiantar cotas de TV, apesar de Avaí ainda dever pelo menos dois meses de salários a atletas e funcionários, que devem ser quitados no fim do ano.
(Via Redação)