Neste domingo (16), manifestações prometem movimentar as ruas do Brasil. As reivindicações são as mais variadas: desde a defesa da Petrobras até o Impeachment de Dilma Rousseff, passando por direitos dos trabalhadores e reforma política. Para o sociólogo, Fernando Canto, apesar da situação do país não ser das melhores, há a possibilidade sim de fazer uma manifestação ordeira. Porém, ele pondera que muita gente que participa desses protestos é na base do “Maria vai com as outras”. “Não sabem o que está acontecendo, diferentemente daquela juventude que derrubou Collor naquela época dos Caras Pintadas”, pontua Fernando.
Fazer manifestação com título “Vamos parar o Brasil” em um domingo que nada funciona? em um dia que o Brasil já está parado?
Até pra fazer manifestação o brasileiro é amador, já votou errado e continua com suas ações erradas. Quero ver parar o Brasil em uma quarta feira, trancar a saída de portos, aeroportos e principais rodovias do Brasil. Ai sim seria uma manifestação de verdade. aqui
Na avaliação dele, os protestos que são esperados por todo o Brasil são organizados por grupos de ressentidos do processo eleitoral. “Politicamente eu vejo que essa manifestação não vai dar em nada, porque não representa a maioria do povo brasileiro. Tanto que recentemente a Dilma foi reeleita. Isso é uma contradição paradoxal”, diz Fernando.
O novo cenário de manifestações no Brasil é analisado por especialistas. Uma pesquisa do Instituto Datafolha mostra que 84% dos manifestantes em todo o país não se identificam com partidos políticos, 53% tem menos de 25 anos e 71% participam de protestos pela primeira vez. Dentre as pautas que serão expostas pelos manifestantes hoje, uma é o Impeachment da presidenta Dilma. Fernando Canto acredita que “essa questão do Impeachment é mais uma articulação das elites para tentar impressionar o povo brasileiro, porque a história não se reflete de como se refletiu no governo Collor de Melo”. Mas, Canto pontua: “Por outro lado, vejo que a situação de Dilma não é das melhores em função principalmente dos acontecimentos nefastos que vêm ocorrendo com estes escândalos da Petrobras, então, ela não está em uma posição de garantia de estabelecimento do poder”, alertou.
Para ele, as manifestações são naturais em todos os países, mas ressalta que no Brasil, as manifestações são “fogo de palha” e não vão se sustentar, porque as instituições têm de ser valorizadas principalmente os poderes têm que ser consolidados cada vez mais.