Estamos presenciado em nossa frente, assistindo de camarote a ditadura sendo implantada pelo governo do PT. A página do Pensa Brasil ontem, 10, 4 editores foram bloqueados por postar um vídeo de LULA. Agora eles querem saber o teor das suas conversas no whatsApp. Após a falência das gravadoras de disco, para se ater a um exemplo, inúmeros foram os que apontaram o erro como sendo uma incapacidade de compreensão de seu próprio produto: o “entretenimento”. A insistência na ideia de que vendiam apenas discos condenou muitas empresas à falência. aqui
Praticamente todos os setores encaram essa dúvida em algum momento, dos menores aos maiores. Em um dos mais conhecidos casos, David Rockefeller viu seu império ameaçado com a substituição do querosene pela energia elétrica para iluminar residências. A resposta da sua empresa, a Standard Oil? Criar a gasolina, um outro derivado do petróleo que ampliou ainda mais os lucros da companhia, tornando Rockefeller o homem mais rico da história da humanidade. Atualmente nos deparamos com a possibilidade da gigante Apple, a empresa mais valiosa da história, entrar no setor de veículos elétricos e competir com a Tesla, empresa responsável por tornar os carros elétricos populares nos Estados Unidos. Isso é pensar em destruição criativa.
Não é difícil imaginar o que todos estes setores possuem em comum. Grandes empresas, que dominaram um mercado ao oferecer uma experiência inovadora – seja a de possuir uma vida noturna com a iluminação proporcionada pelo querosene, permitir que as pessoas ouvissem suas músicas favoritas repetidas vezes ou possuíssem o mundo na tela de um smartphone – fizeram grandes lucros. O que as distingue das demais, porém, é sua capacidade de reagir a ameaças (um novo concorrente ou o próprio limite do mercado em que a empresa se encontra). Na maior parte das vezes, não por acaso, a justiça estatal é o caminho escolhido. Só tem um problema nisso tudo: o mercado não costuma relevar leis econômicas em nome da canetada de um juiz.
Como define Sean Parker, o criador do “Napster”, serviço que popularizou a troca de arquivos musicais pela internet, “as gravadoras venceram na justiça, o Napster venceu na prática”. Baixar música, filmes, livros e tudo o mais que você queira pela internet, se tornou uma prática comum, ainda que grandes estúdios e gravadoras recorram constantemente a decisões judiciais para barrar o avanço de sites de compartilhamento. Parker, que você deve se lembrar como o personagem de Justin Timberlake em “A Rede Social”, contribuiu ainda com o desenvolvimento do próprio Facebook (foi seu primeiro presidente).
E é justamente a empresa de Mark Zuckberger que parece ser o centro de uma nova batalha judicial, que ameaça um dos mais antigos setores da indústria: as telecomunicações. Com crescentes investimentos em infraestrutura e a popularização da internet, que hoje atinge 3,2 bilhões de pessoas no planeta, a rede social de Mark Zuckberg, que já havia colaborado para matar os ganhos das operadoras com trocas de mensagens SMS, agora promete fazer o mesmo com as ligações – algo que as operadoras consideram até então o seu “produto principal”.
Assim como o setor elétrico e de transportes, as telecomunicações representam um dos mais básicos insumos para o funcionamento das empresas modernas. Tal característica faz com que em diversos países estes setores sejam tratados com certa distinção. Reduzir o custo da gasolina ou da energia elétrica, por exemplo, é uma das formas do governo americano evitar a perda de empregos industriais para a China. No Brasil, no entanto, a situação é distinta.
Na maior parte dos estados brasileiros, a cobrança de impostos sobre tais setores é maximizada, atingindo até 25% de ICMS, contra 17% da média de outros bens e serviços. Diversos fundos setoriais cobrados pelo governo federal – como Fust, Funttel e Fistel – arrecadam anualmente bilhões em impostos (foram cerca de R$48,5 bilhões nos últimos 15 anos). Ao todo, o setor possui impostos na casa dos 43% do total da tarifa, o que canaliza para os cofres do governo mais de R$ 56,9 bilhões por ano, ou R$ 330 bilhõesapenas nos anos 2000.
E não apenas de altos impostos decorrem as tarifas de telefonia brasileira, as mais caras do mundo. Nos últimos 15 anos, companhias telefônicas pagaram mais de R$ 45 bilhões para ter o direito de operar no setor com exclusividade, mantendo um sistema fechado, onde a entrada de uma nova operadora é um calvário quase impossível. Tamanha falta de concorrência (que promete se acirrar com a fusão entre Oi e Tim nos próximos meses), contribui para acomodar o setor. E é justamente aí que entra o seu WhatsApp.
Sem ter de pagar licenças ao governo, o Facebook oferece ligações de forma gratuita via internet por meio do WhatsApp, o que prejudica as empresas – e em última instância o próprio governo, que deixa de arrecadar com elas – mas favorece imensamente o consumidor. Manter este equilíbrio não deve ser fácil. Empresas como a companhia Vivo já prometeram entrar na justiça contra o que denominam de “concorrência desleal” por parte do aplicativo. Enquanto isso, em uma atitude incomum, o presidente da agência que regula o setor, a Anatel, afirma não ver nada demais no serviço. Resta, claro, saber até quando a opinião se mantém.