Senador do PSDB prestou depoimento sobre acusações do ex-senador Delcídio do Amaral e sobre retirada de documentos da CPI.
O presidente do partido PSDB, o senador Aécio Neve prestou na semana passada depoimento à Polícia Federal em Brasília, para se defender da acusação de que teria maquiado dados sobre o Banco Rural enviados à CPI dos Correios no ano de 2005. A informação, que foi divulgada pela revista Época, foi confirmada nesta terça-feira (27/12) pela sua assessoria em nota. aqui
O comunicado dado nesta terça pela assessoria de Aécio diz que o senador prestou esclarecimentos “demonstrando a absoluta improcedência” das citações feitas pelo ex-senador Delcídio do Amaral.
Em sua delação premiada, o parlamentar afirmou que Aécio tentou ocultar da CPI informações sobre o suposto esquema de compra de votos em troca de apoio parlamentar na Assembleia Legislativa de Minas Gerais durante a gestão do ex-governador Eduardo Azevedo, o chamado mensalão do PSDB.
“Outros parlamentares também sabiam que esses dados estavam maquiados, podendo citar os deputados Carlos Sampaio e Eduardo Paes, já mencionado, dentre outros que não se recorda. Esses fatos ocorreram em 2005/2006. Esse tema foi tratado com Aécio Neves em Belo Horizonte, no palácio do governo”, trecho da delação de Delcídio.
Segundo o G1, o objetivo da manobra seria esconder a existência de um mensalão mineiro durante os trabalhos na CPI, que investigou o mensalão do PT.
Delcídio era presidente da CPI dos Correios. O ex-parlamentar foi preso e, depois, teve o mandato cassado por conta da tentativa de comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró.
Ainda de acordo com o G1, em um de seus depoimentos aos procuradores da República, Delcídio disse que a adulteração dos dados contou com a participação do atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes que, na época, era deputado federal pelo PSDB.
Em outubro, o ministro Gilmar Mendes, do STF, autorizou a Polícia Federal a analisar os vídeos da retirada de documentos da CPI mista dos Correios transportados ao arquivo do Senado em maio deste ano. A PF quer identificar os servidores que retiraram os documentos de uma sala da CPI para o Arquivo do Senado no mesmo dia que o inquérito sobre Aécio Neves foi aberto.
Uma semana depois, o Senado divulgou uma nota informando que os documentos foram retirados à pedido do gabinete do senador. Ele teria pedido acesso aos documentos para preparar sua defesa que seria apresentada ao Supremo.
Foram transportadas 46 das quase 1 mil caixas que fazem parte do acervo da CPI.
A assessoria de Aécio Neves disse ao G1 que, na ocasião, o senador se limitou a pedir oficialmente ao Senado acesso à cópia de documentos públicos que é garantido a qualquer cidadão para elaborar sua defesa. Também de acordo com os assessores, a solicitação havia sido feita “muito antes” do STF ter autorizado a abertura de inquérito para investigar as denúncias.
“Ele [Aécio] nunca solicitou o transporte de nenhum documento, ao contrário do informado”, enfatizou a assessoria.
O senador é alvo também de outra investigação sobre desvios praticados em Furnas. De acordo com o site Época, os dois pedidos que deram origem aos inquéritos foram feitos pela Procuradoria-Geral da República a partir da delação premiada do ex-senador Delcídio Amaral. No caso de Furnas, o tucano é investigado por suposto recebimento de propina de empresas terceirizadas que mantinham contrato com a estatal. A vantagens indevidas seriam pagas pelas empresas ao ex-diretor da companhia, Dimas Toledo, que as repassava para o tucano.
A defesa de Aécio Neves, como previsto, prestou esclarecimentos, demonstrando “a absoluta improcedência” das citações feitas pelo ex-senador Delcídio Amaral.
(Via Agência de Notícias, G1 e Época)