O ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava-Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou, a pedido do Ministério Público Federal, a abertura de inquérito para investigar os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Edinho Silva (Comunicação Social), além do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Edinho Silva e Aloysio Nunes negaram as acusações; Mercadante não se manifestou.
Na delação premiada, o empresário Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, disse que fez repasses milionários para as campanhas eleitorais de Mercadante e de Aloysio Nunes, e também para a campanha de reeleição da presidenta Dilma Rousseff, da qual Edinho Silva foi tesoureiro. aqui
Pessoa assinou acordo de delação premiada, no âmbito da Operação Lava-Jato, em 13 de maio. O acordo foi feito em Brasília porque Ricardo Pessoa citou pessoas com foro privilegiado.
Senadores, deputados e ministros de Estado têm foro privilegiado no STF. Por isso, o procurador-geral precisa pedir à Corte autorização para a abertura de inquérito.
Doações
De acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a UTC doou 7,5 milhões de reais para a campanha de Dilma Rousseff. Para Mercadante, Pessoa disse que doou 500 mil reais em 2010, quando ele era candidato ao governo de São Paulo. Para o senador Aloysio Nunes Ferreirra, o empresário disse ter doado 300 mil reais de forma oficial e 200 mil reais em dinheiro vivo, sem declaração.
O ministro Mercadante afirmou que só irá se manifestar quando tiver a confirmação oficial da autorização da abertura de inquérito.
O ministro Edinho Silva disse que é favorável à apuração de todos os fatos e que, como coordenador financeiro da campanha de Dilma Rousseff, sempre agiu dentro da legalidade. Afirmou, ainda, que as contas da campanha já foram aprovadas pelo TSE. O senador Aloysio Nunes Ferreira declarou que não tem qualquer relação com corrupção ou com a Petrobras. (AG)