No final do ano passado, surgiu a notícia de que a Globo preparava uma série de terror para 2016, algo inédito para o canal. A emissora nada fez para corrigir a informação: ao contrário, pareceu apostar na ideia, inclusive nos trailers divulgados da atração, que focavam em aparições sangrentas, sobrenaturais e macabras. A aguardada Supermax, que estreou nesta terça-feira, não cumpriu a promessa. Em vez de terror, ela é, na verdade, uma boa série de ação e mistério. aqui
No final do ano passado, surgiu a notícia de que a Globo preparava uma série de terror para 2016, algo inédito para o canal. A emissora nada fez para corrigir a informação: ao contrário, pareceu apostar na ideia, inclusive nos trailers divulgados da atração, que focavam em aparições sangrentas, sobrenaturais e macabras. A aguardada Supermax, que estreou nesta terça-feira, não cumpriu a promessa. Em vez de terror, ela é, na verdade, uma boa série de ação e mistério.
Supermax conta a história de um reality-show — cujo nome é justamente Supermax, como ocorre na série Jogos Vorazes —, em que doze participantes são enviados para uma prisão de segurança máxima, perdida no meio do Acre, onde vão concorrer a um prêmio de 2 milhões de reais. Apresentado por Pedro Bial, ícone dos reality shows por seus dezesseis anos dedicados ao Big Brother Brasil, o programa fictício promete ser um reality com regras mais rígidas e pesadas que o normal, e uma porção de segredos sombrios: todos os concorrentes já cometeram algum crime, mas não se sabe qual. O projeto começa bem, mas, já no segundo dia, os participantes se veem sem contato algum com a produção do programa, isolados na selva entre colegas que escondem histórias aparentemente assustadoras.
Os doze episódios da série serão exibidos semanalmente, nas terças-feiras à noite. O primeiro episódio replica a estreia de um reality show: um marasmo total. São apresentados os personagens, as regras do jogo, e, no finalzinho, acontece uma prova de liderança. São inseridas algumas poucas intrigas e mistérios, mas, se dependesse desse capítulo, a série seria uma decepção. Ainda bem que as cenas finais trazem um gancho, que, junto com os trailers tensos da série, estimulam a curiosidade no espectador para descobrir o que acontece naquela prisão.
Felizmente, a série vai esquentando nos episódios seguintes (que já estão disponíveis, exceto o último, para assinantes do Globo Play na internet). Porém, o tal terror prometido não chega. As cenas sobrenaturais são poucas e exclusivas de dois personagens, o padre Nando (Nicolas Trevijano) e o garoto Dante (Ravel Andrade), que têm visões e um passado sinistro, e são responsáveis pelas imagens que contaminam os trailers. Por outro lado, Supermax entrega uma trama de uma boa série de ação, no estilo de luta pela sobrevivência, apesar de algumas falhas de continuidade e uma edição confusa, mas ainda assim capaz de prender.
Mistura de gêneros – Supermax foi criado pelos roteiristas José Alvarenga Jr, Fernando Bonassi e Marçal Aquino. Em conversa com o site de VEJA, Alvarenga confessa que não vê o programa como terror. “É uma série de vários gêneros, terror, policial, drama, tem um mundo fantástico. Cada pessoa da equipe era especialista em um tipo de história. O grande atrativo é que não tem definição”, descreve. O criador do programa atribui à própria divulgação da emissora a aura que ronda o programa. “Como as primeiras imagens divulgadas tinham esse componente assustador, ficou com essa ideia de que era uma série de terror. Mas nos teasers mais recentes tentamos colocar aspectos diferentes da série.”
O programa está em produção há dois anos e, segundo o roteirista, a ideia original era que tudo acontecesse em uma plataforma de petróleo, mas que a dificuldade das gravações no local exigiu a mudança de cenário. Já o formato de reality show surgiu por outro motivo. “Não queríamos um único protagonista. Quando decidimos por um grupo, veio a ideia de uma prisão, mas vimos o problema de que o elenco deveria ser todo masculino ou feminino, daí o Alvarenga teve a ideia de um reality show”, contou o escritor Marçal Aquino em entrevista ao site de VEJA.
Versão internacional – Supermax é uma das grandes apostas da Rede Globo, por isso a emissora investiu na construção de um estúdio gigante para a o presídio e negociou a produção e a venda de uma versão exclusiva para outros países, principalmente na América Latina, com outro elenco, e uma história um pouco diferente. “O que nós vendemos foi a premissa e não um texto idêntico. Temos outros truques. Alguns personagens se parecem, outros não”, conta Alvarenga, sem revelar as mudanças efetivas nas histórias.
Toda a temporada demorou um ano e meio para ser escrita e o tempo de pós-produção foi longo. Por esses motivos, Alvarenga refuta a ideia de uma continuação da série no próximo ano. “É muito trabalho. Mas, quando passamos a negociar para a produção internacional, precisamos fazer uma segunda temporada para fora. Se o público gostar, podemos discutir de fazer aqui também”, analisa.
(Via Agencia)