Existe uma diferença enorme entre descrever a dor e sentir a dor. Descrever a dor, por mais que a gente tenha capacidade de interpretar, jamais conseguirá retratar sua intensidade. Dor não se define, se sente e se busca tratamento.
Nós relatamos os problemas e as perspectivas de agravamento do quadro econômico-social, mas falhamos em conseguir transferir para a população brasileira as consequências e o que ainda estava por vir do colapso resultante desse governo. O brasileiro sente hoje a dor causada pelo desemprego, inflação, perda de direitos, aumento da carga tributária e da corrupção. aqui
Agora vivemos a realidade como ela é. Junto à queda dos setores de serviços e industrial, o último pilar da economia brasileira que ainda mostrava musculatura para sobreviver aos desmandos do PT foi atingido. A agropecuária já convive com escassez de crédito, com taxas mixadas atingindo valores de mais de 20% ao ano e a explosão no preço de insumos tabelados em dólar. Não há mais setor, região ou classe imune à crise.
Esta semana atestamos que o mundo já entende aquilo que nós assistimos há tempos: a total incapacidade da presidente Dilma para governar o país; a ausência de legitimidade para coordenar um projeto de governo; e as atitudes descoordenadas de sua equipe, que adotou a política do “Topa Tudo por Dinheiro” —desde recriar e aumentar impostos até transformar a Receita Federal em lavanderia para repatriar dinheiro de origem ilícita. E o que mais puder tirar do bolso do brasileiro para tapar o rombo causado pelo PT.
Esse cenário foi diagnosticado pelas agências especializadas, influenciando todo o mercado de investimentos internacionais. Não foi preciso mais de oito meses de segundo mandato para entender o descontrole fiscal do país que foi ocultado na campanha de 2014. O descrédito de Dilma cresceu de forma ainda mais rápida com o rebaixamento do grau de investimento do país para um grau especulativo. O problema se estendeu para além do governo, atingindo também empresas públicas.
Esta semana, no entanto, podemos vislumbrar a primeira proposta concreta de saída para essa crise. Se recentemente citei a indefinição de forças políticas para atender aos anseios dos brasileiros, o passo mais importante começou a ser dado pelo Congresso, onde deputados e senadores instalaram um movimento coeso e suprapartidário Pró-Impeachment.
Teremos, a partir de agora, uma sintonia, um canal de comunicação com os brasileiros. Iremos, por meio dessa colaboração, fundamentar a abertura formal do pedido de impeachment de Dilma ao plenário da Câmara dos Deputados, instituição que tem a prerrogativa constitucional de autorizar o processo. O julgamento fica a cargo do Senado.
Esse gesto precisa estar ligado à articulação de todos os brasileiros. Para tal, existe o abaixo-assinado no site do movimento que promete mostrar a força expressiva da maioria dos brasileiros.
Ao mesmo tempo, é preciso sensibilizar e convencer cada parlamentar para que venha a ingressar no movimento que tem como único objetivo alforriar o povo brasileiro da corrupção, dos desmandos e da incompetência. A crise não tem outro DNA senão o do modelo petista do governo.
Esse 10 de setembro, data que marcou o início do movimento, passou a ser um dia histórico. Conseguimos conciliar o clamor da população com ações concretas. A governança da corrupção está com os dias contados.
(FOLHA)