O Conselho de Segurança das Nações Unidas iniciou na tarde desta quarta-feira uma reunião de emergência em Nova York depois que a Coreia do Norte anunciou um bem-sucedido teste com uma bomba de hidrogênio.
O encontro entre os embaixadores dos quinze países membros foi solicitada pelos Estados Unidos e pelo Japão. Várias resoluções da ONU proíbem Pyongyang de realizar qualquer atividade nuclear sob a pena de ser alvo de sanções. A reunião de hoje é o primeiro passo em direção a um provável aperto das sanções internacionais sobre o país. aqui
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, condenou o anúncio feito pela Coreia do Norte, chamando-o de uma ação “profundamente desestabilizadora para a segurança da região” e pediu para que Pyongyang pare qualquer outra atividade nuclear e cumpra suas obrigações para “provar que não possui nenhum programa nuclear”. Ban Ki-moon falou aos jornalistas pouco antes da reunião de emergência do Conselho de Segurança.
Ban afirmou ainda que o último teste é “profundamente preocupante” e “mais uma vez viola as numerosas resoluções do Conselho de Segurança, apesar do pedido da comunidade internacional para cessar tais atividades”. O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, disse em comunicado que condena “o contínuo desenvolvimento pela Coreia do Norte de armas nucleares e programas de mísseis balísticos e sua retórica inflamatória e ameaçadora”.
Ceticismo – Especialistas do governo dos Estados Unidos, falando em condição de anonimato à imprensa americana, afirmaram não acreditar que o artefato nuclear testado pela Coreia do Norte seja uma bomba de hidrogênio. As fontes disseram que provavelmente iriam demorar alguns dias para determinar com mais precisão que tipo de artefato Pyongyang detonou, à medida que diversos sensores, incluindo aeronaves, recolheram evidências.
A Coreia do Norte anunciou nesta quarta-feira ter realizado com sucesso o primeiro teste com uma bomba de hidrogênio, muito mais forte que a atômica. Uma bomba de hidrogênio, ou termonuclear, utiliza a técnica da fusão nuclear e produz uma explosão muito mais potente que uma deflagração por fissão, gerada apenas por urânio ou plutônio. Pyongyang testou em três oportunidades a chamada “bomba atômica A”, que utiliza a fissão nuclear, em 2006, 2009 e 2013. Os testes resultaram em várias sanções internacionais contra a economia e a diplomacia norte-coreanas.