Presidente afastada afirmou que tem conversado com senadores e vê a possibilidade de conseguir votos para se salvar no processo de impeachment
Já nem é possível renunciar, mas , Dilma faz jogo duro como se tivesse uma carta na manga, ou teria mesmo? A três dias do início do julgamento final de seu processo de impeachment no Senado, a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) afirmou na madrugada desta segunda-feira (22) em entrevista ao Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), que não tem a menor intenção de renunciar ao mandato. aqui
“Não dou esse presente para eles”, afirmou a petista na entrevista, em referência ao grupo do presidente em exercício Michel Temer (PMDB), a quem Dilma chamou de “usurpador golpista”.
Embora aliados da líder petista digam que ela já dá seu impeachment como certo, a presidente afastada declarou que lutará “até o fim” para se manter no cargo. “Realisticamente, lutarei até o fim”, disse. “Jamais eu jogo a toalha”.
A presidente, que promete ir pessoalmente ao Senado para fazer sua defesa afirmou ser uma pessoa “extremamente tranquila” quando enfrenta situações adversas. O julgamento final do impeachment está previsto para começar na próxima quarta-feira (24) e pode se estender por cinco dias.
Dilma afirmou que tem conversado com senadores e vê a possibilidade de conseguir os 28 votos para se salvar. Para ela, o grupo de Temer trabalhou para antecipar a votação final do impeachment, porque tem “medo” de alguma delação premiada que mostre o “grau de comprometimento” do governo interino.
A presidente, que promete ir pessoalmente ao Senado para fazer sua defesa afirmou ser uma pessoa “extremamente tranquila” quando enfrenta situações adversas. O julgamento final do impeachment está previsto para começar na próxima quarta-feira (24) e pode se estender por cinco dias.
Defesa da presidente afastada
Dilma voltou a dizer que não cometeu nenhum crime que justifique seu impeachment, mas reconheceu que cometeu “vários erros”. “Inclusive o de não perceber que iria ser traída do jeito que fui”, afirmou. “Achei também que era possível fazer um ajuste (fiscal) rápido para sair da crise”, acrescentou.
Citada em delações feitas no âmbito da Operação Lava Jato, como a do ex-líder do governo dela no Senado e senador cassado, Delcício Amaral, a presidente afastada voltou a se defender dessas acusações e disse que não teme ser condenada e presa. “Eu sei o que eu fiz”, declarou.
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Dilma afirmou que tem uma lealdade “pessoal” e “política” ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
A presidente afastada disse que “nenhum empreiteiro” pode afirmar que deu alguma contribuição financeira para ela. “Pode dizer que deu para minha campanha”, afirmou. Ela ressaltou que a relação dela com Marcelo Odebrecht, que negocia processo de delação premiada, foi “bastante profissional”.
Lealdade no partido
A petista afirmou que tem uma lealdade “pessoal” e “política” com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para ela, Lula está “só no início (da luta política) outra vez”, por três fatores: a força política dele, o fato de ele ter sido, na avaliação dela, um bom presidente e pela disposição do petista.
A presidente da República afastada disse também achar uma “temeridade” a Justiça eventualmente determinar a prisão de Lula. “Principalmente porque tenho certeza que ele é absolutamente inocente daquilo que está sendo acusado”, afirmou.
Dilma ainda negou que esteja se sentido abandonada por seu partido desde que foi afastada temporariamente do mandato pelo Senado, em maio deste ano. “De maneira alguma. É o PT que me acompanha diariamente aqui (no Palácio da Alvorada, onde mora e despacha)”, disse.