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Morre no Rio de Janeiro a irreverente Elke Maravilha aos 71 anos

Elke Maravilha morreu na madrugada desta terça-feira (16) aos 71 anos. A atriz estava internada há quase um mês na Casa de Saúde Pinheiro Machado, no bairro de Laranjeiras, Rio de Janeiro, após uma cirurgia para tratar uma úlcera. aqui

Bastante abalado, o irmão da atriz, Frederico Grunnupp, confirmou a informação aoUOL.

“Ela teve complicações após a operação e também tinha diabetes. Ela não estava mais respondendo aos remédios”, explicou ele. O laudo médico ainda não foi liberado, mas segundo Frederico a atriz sofreu falência múltipla dos órgãos por volta da 1h.

Desde que surgiu, Elke Maravilha chamou atenção pelo estilo irreverente. Inicialmente, aos 18 anos, recebeu críticas pela ousadia e foi agredida nas ruas pela maneira de se vestir. A irreverência não marcou apenas o estilo da atriz, que não se esquivava de polêmicas nas entrevistas. Ela revelou, para a jornalista Marília Gabriela no programa “De Frente com Gabi” (SBT), em 2013, que já havia usado drogas, mas o que realmente gostava era de cachaça.

Natasha Grunnupp, sobrinha de Elke, falou sobre os últimos dias dela no hospital.

“Mesmo no hospital ela estava sempre muito feliz, sempre aquele ar de felicidade, a gente estava preocupado com as partes técnicas, vendo a situação, mas ela não. Ela passou por uma cirurgia no sábado porque um dos pontos da primeira cirurgia tinha estourado e depois disso piorou”.

Conhecida principalmente por sua irreverência e extravagância, Natasha e a família querem levar só os bons momentos que passaram ao lado de Elke.

“As gargalhadas dela…Vai fazer uma falta enorme. Ela era a mãe de todos, de todas as raças, de todas as culturas, vai fazer falta mesmo. A gente deseja também que ela consiga seguir o caminho dela, ela falava que ela já estava preparada e pronta, que seja uma passagem feliz”.

No Facebook oficial da atriz, uma mensagem avisando os fãs também foi publicada pouco depois da uma da manhã.

“Avisamos que nossa Elke já não esta por aqui conosco. Como ela mesma dizia, foi brincar de outra coisa. Que todos os Deuses, que ela tanto amava, estejam com ela nessa viagem”.

A família ainda não divulgou informações sobre o velório e funeral de Elke.

A artista

Nascida na Rússia, a modelo e atriz Elke Georgievna Grunnupp, mais conhecida como Elke Maravilha, alcançou fama ao participar como jurada de programas de calouros de Chacrinha e Silvio Santos.

Ela disse, em entrevista ao UOL na 25ª edição do Prêmio da Música Brasileira, em 2014, que não sentia falta do ex-patrão do SBT. “Sinto saudades do Chacrinha, do Silvio Santos não sinto a menor falta. Gosto de respeito”, declarou.

Tornou-se amiga de Zuzu Angel, antes de ser lançada na TV, após conhecê-la em 1970 no salão do cabeleireiro Jambert. A história da estilista foi contada nos cinemas em 2006. No longa, Elke foi interpretada pela atriz Luana Piovani e fez uma participação especial.

Ela, que se considera anarquista, enfrentou a tortura da ditadura e chegou a ficar presa por seis dias após se indignar, em 1972, contra um cartaz de procurados políticos que viu no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Nele, estava a foto de Stuart Angel, filho de Zuzu.  Elke, que tirou o cartaz da parede e o rasgou, foi acusada de prejudicar as investigações e teve sua cidadania brasileira cassada pelo governo militar.

Durante os Anos de Chumbo, ela, que começou a carreira de modelo aos 24 anos (tendo trabalhado com estilistas como Zuzu Angel), trabalhou como professora, tradutora, intérprete e bancária.
Irreverência

Desde que surgiu, Elke Maravilha chamou atenção pelo estilo irreverente. Inicialmente, aos 18 anos, recebeu críticas pela ousadia e foi agredida nas ruas pela maneira de se vestir. A irreverência não marcou apenas o estilo da atriz, que não se esquivava de polêmicas nas entrevistas. Ela revelou, para a jornalista Marília Gabriela no programa “De Frente com Gabi” (SBT), em 2013, que já havia usado drogas, mas o que realmente gostava era de cachaça.

“Experimentei crack três vezes, mas na minha geração usávamos drogas para autoconhecimento e hoje é para fuga. Minha única droga é a cachaça”, afirmou.

No programa de Gabi, relembrou seus antigos relacionamentos. “Tive oito casamentos e o mais curto durou dois meses, porque ele era psicopata. Eu acordava de madrugada e ele estava no sofá, vestido de Elke, com uma faca na mão”, contou ela, que falou ainda que morou dentro de um carro por um ano na Alemanha com o primeiro marido. Após completar 40 anos de carreira, Elke falou sobre a morte: “Já estou fazendo hora extra. Daqui a pouco vou morrer”.

Ela, que não se tornou mãe, disse em maio, no “Programa Raul Gil”, que não saberia educar uma criança e contou ter feito aborto. “Fiz um aborto pois não saberia educar uma criança. Nunca pensei, só agi. Eu ia fazer um monstro”, declarou”, disse.

A ex-modelo, que estava fora da TV, fez uma participação na temporada do programa do Gugu, na Record, neste ano. No palco, reencontrou o irmão Valdemar que não tinha contato havia quase 20 anos.

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