Informação espalhada pelas redes sociais afirma que um lote de vacinas vencidas contra a rubéola causaram microcefalia em recém-nascidos! Será?
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A notícia surgiu na primeira semana de dezembro de 2015 e rapidamente se espalhou através do Facebook e do WhatsApp. Segundo o alerta, um lote de vacinas contra a rubéola teria sido aplicado em grávidas, mas como a data de validade das vacinas estava vencida, os bebês acabaram nascendo com microcefalia.
O texto ainda relaciona a malformação nos bebês com vírus zika e acusa o governo de encobrir tudo para não ter que indenizar as crianças!
Será que isso é verdade?
Verdade ou falsa?
As acusações foram espalhadas pelas redes sociais sem que nenhuma prova fosse apresentada! Uma das características de um boato digital é justamente a de fazer afirmações absurdas sem que haja a necessidade de se provar nada.
Além disso, o boato se apoia em um assunto que está em evidência no momento para atrair mais cliques e conquistar mais compartilhamentos.
Em algumas versões, o lote de vacinas vencidas teria sido usado em grávidas de Pernambuco. Já em outras versões, o fato teria ocorrido em Sergipe e/ou “em algum lugar do nordeste”! Bem vago, né?
As dúvidas iniciais desse alerta são:
- Como o criador do boato sabe que as vacinas estavam vencidas?
- Quando foram aplicadas essas vacinas?
- Onde foram aplicadas essas vacinas?
Nenhuma foto, nenhum documento… nada! É só a palavra do boateiro!
O Jornal Extra publicou desmentido a respeito, juntamente com uma nota divulgada pelo Ministério da Saúde, que esclarece que não há nenhuma evidência na literatura nacional e internacional de que vacinas possam causar microcefalia.
O governo também explicou que:
“[…]desde 1983, os lotes por amostragem de imunobiológicos adquiridos pelos programas oficiais de imunização vêm sendo analisados, garantindo sua segurança, potência e estabilidade, antes de serem utilizados na população.[…]”
Uma reportagem feita pelo Jornal Zero Hora publicada no dia 10 de dezembro de 2015 esclareceu mutas dúvidas a respeito do zika e da microcefalia. Com a ajuda dos especialistas Lavínia Schuler-Faccini, presidente da Sociedade Brasileira de Genética Médica e professora da UFRGS, e Paulo Behar, chefe do serviço de infectologia da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, o jornal explica que:
- Não há nenhuma relação entre vacina contra a rubéola e microcefalia;
- Nos países africanos onde há a presença do vírus zika, a falta de registros sobre má-formações em recém-nascidos e a alta mortalidade infantil impossibilitam o controle de casos de microcefalia;
- Na Polinésia Francesa, os pesquisadores ainda estão buscando evidências sobre a relação entre o vírus essa má-formação;
Essa reportagem da Revista Época explica que, diferente do que o boato alega, o surto de zika não está concentrado no nordeste, mas já se espalhou por todo o país!
Conclusão
Não há nada que comprove que grávidas receberam vacinas vencidas contra a rubéola e muito menos que essas vacinas tenham causado microcefalia em bebês. O boato se aproveitou do assunto “zika” para se espalhar mais rapidamente!