O Brasil virou notícia após presos se rebelarem no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), onde foram constatadas 56 mortes, no dia primeiro de janeiro de 2017. A notícia trouxe novamente à tona a discussão sobre a superlotação e a estrutura ruim do lugar, que já havia presenciado outras rebeliões e fugas. No ano anterior, o site G1 visitou a penitenciária, após a descoberta de um túnel de 15 m virar notícia e puderam constatar a situação que viviam os 1200 presos. aqui
Ao entrar nos pavilhões, um scanner é que faz a revista dos visitantes, que passar por uma série de grades até conseguir chegar no refeitório. Na lateral é possível encontrar uma academia velha, com equipamentos antigos e improvisados.
Durante o acontecido, o secretário Pedro Florêncio, titular da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), falou das falhas e reconheceu o problema na segurança e vigilância dos presos.
Dentro do refeitório há um cartaz que fala sobre a leitura da Bíblia, incentivando-a. Também são encontradas passagens bíblicas escritas nas paredes das celas.
Segundo informações do G1, uma das celas não tinhas nenhum preso e foi usada para a construção de um túnel que possuía aproximadamente 15 metros de profundidade.
Durante a reportagem, os detentos começaram a se juntar nas janelas e gritar aos jornalistas, pedindo comida. Também era visível a instalação de antenas improvisadas dentro das celas.
No total, 1224 detentos ocupavam pena em regime fechado no lugar, que possui apenas 454 vagas, o que excede 170% de sua capacidade.
Dentre as notícias de 2016, foram encontrados diversos discos de serra com os detentos, o material teria finalidade na construção de túneis de fuga. No pátio do presídio, acharam duas escadas de madeira, feitas com pedaços de troncos de árvores.
Durante o acontecido, o secretário Pedro Florêncio, titular da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), falou das falhas e reconheceu o problema na segurança e vigilância dos presos.
“Quem trabalha na fiscalização diária é uma empresa terceirizada. Funcionários dessa empresa podem ter sido negligentes. É um absurdo. Eu não tenho como justificar. Funcionários abrem e fecham cela por cela todos os dias e não percebem a quantidade de terra. Não tem como isso”, disse.
Veja comentários do site G1:
À época, o então titular da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), Louismar Bonates, afirmou que as “celas de luxo” era usadas para encontros íntimos de presos da unidade, com piso cerâmico, eletrodomésticos, frigobar e estoque de alimento. . Entretanto, não foi explicado por que havia estoque de comida e churrasqueira no alojamento. As “celas de luxo” foram destruídas meses depois.
Cerca de dois meses antes do massacre, um túnel de 2,7 metros de profundidade foi achado dentro da cela 5, do pavilhão 1 do Complexo Penitenciário.
Também foram apreendidos celulares, cinco carregadores, chips telefônicos, uma porção de entorpecente e estoques.
Dezenas de fugas ocorreram na unidade. Em um dos casos, registrado um mês antes do massacre, 14 presos escaparam do Compaj após um tiroteio.
De acordo com o governo do Amazonas, o sistema carcerário do Estado possui 19 unidades prisionais, sendo 11 na capital e 8 no interior. Um novo Centro de Detenção Provisória na capital deverá ser concluído no primeiro semestre de 2017. O número de internos hoje no Estado é de 10.323, sendo pouco mais de 7 mil na capital e o restante no interior.
(Via Agência de Notícias e G1)