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Estudo diz que vacina contra a dengue não é eficaz e pode piorar doença, entenda…

Uma das estratégias mais aguardadas para combater a dengue, a vacina Dengvaxia, que chegou ao mercado brasileiro em julho, ainda levanta dúvidas entre os cientistas sobre sua eficácia e seus possíveis riscos. Um grupo de pesquisadores reavaliou os testes clínicos disponibilizados pela Sanofi Pasteur, a farmacêutica francesa que produz a vacina. Os resultados sugerem que o uso em massa da vacina na população pode aumentar o número de casos graves de dengue, antigamente conhecidos como casos de dengue hemorrágica. Ela pode levar à morte. O estudo foi uma parceria da Universidade de Lisboa, em Portugal, e da Universidade de Ciências da Saúde, nos Estados Unidos. aqui

Modelos matemáticos demonstraram que vacinar 4% de toda a população pode levar a um aumento de mais de 70% nos casos de hospitalizações em um período de cinco anos. Em abril, a vacina foi considerada segura e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para ser utilizada em regiões onde a contaminação por dengue já atingiu mais de 70% dos habitantes. Onze países já fazem uso da vacina, incluindo o Brasil. Por aqui, a vacina não foi incluída no Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde. O estado do Paraná foi o único a realizar vacinação na rede pública, em 200 mil pessoas. Nos demais estados brasileiros, a vacina está disponível apenas em clínicas particulares. A Filipinas é o único país que já incluiu a vacina em seu calendário nacional. No México, a vacinação no sistema público de saúde deverá começar no próximo ano.

Modelo matemático feito por pesquisadores portugueses e americanos aponta que risco seria maior entre crianças de 2 a 5 anos.

A dengue é causada por quatro variantes de um vírus e, por isso, é possível contrair dengue várias vezes. A vacina age contra os quatros tipos de vírus, mas a eficácia da imunização não é igual para todos. Por isso, mesmo quem tomou a vacina poderia ser infectado, aumentando, em teoria, o risco de ter dengue grave. “Dengvaxia tem o potencial de atuar como se fosse uma primeira infecção naqueles indivíduos que nunca tiveram dengue antes de tomar vacina”, diz Maíra Aguiar, coautora do artigo e pesquisadora do grupo de biomatemática da Universidade de Lisboa, em Portugal. “Mas ela não induz a produção necessária de anticorpos para proteger em uma segunda infecção.” Vacinas muito eficazes costumam oferecer imunidade a 90% das pessoas vacinadas. Os estudos feitos pela fabricante da vacina da dengue mostraram que ela protege 66% dos vacinados, uma cobertura considerada fraca.

As crianças pequenas são as mais vulneráveis. De acordo com o modelo matemático, crianças entre 2 e 5 anos que nunca tiveram dengue, se forem vacinadas, podem ser 3,5 vezes mais suscetíveis a desenvolver casos graves da doença do que crianças que não foram vacinadas. O dado é de conhecimento da própria fabricante e da OMS, que recomendaram o uso da vacina à faixa etária dos 9 aos 45 anos. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso nessa mesma faixa etária: entre 9 e 45 anos.

O grupo de pesquisadores sugere medidas para evitar os possíveis efeitos colaterais da vacina: restringir o uso somente às pessoas que realizaram o teste sorológico, para identificar quais são aquelas que nunca tiveram dengue, e evitar a comercialização na rede particular, onde qualquer pessoa poderia comprar a vacina sem orientação médica. “O problema para implementar esses testes na saúde pública é o custo: exames sorológicos não são baratos”, afirma Edecio Cunha Neto, professor de imunologia clínica e alergia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). “Depois de ter lido esse estudo, eu só tomaria a vacina se antes tivesse feito um teste de sorologia para dengue.”

O modelo demonstrou que a vacina pode ser eficaz mesmo se aplicada apenas em uma parcela da população – no caso, para manter a segurança, apenas em quem já teve dengue. Isso os protegeria de pegar outro sorotipo de dengue e, possivelmente, desenvolver dengue grave. O novo estudo aponta que, se 4% das pessoas que já tiveram dengue em uma população tomarem a vacina, é possível diminuir as taxas de hospitalização em até 40% em cinco anos.

A vacina é considerada um avanço. “Esta é a única vacina contra a dengue disponível atualmente”, afirma a epidemiologista venezuelana Isabel Rodríguez-Barraquer, pesquisadora do Departamento de Saúde da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. O Instituto Butantan, em São Paulo, está na fase final de desenvolvimento de outra vacina contra a dengue. A vacina está sendo produzida em parceria com o  Instituto Nacional de Saúde (NIH), dos Estados Unidos. “Se usada corretamente, a vacina pode ter um impacto significativo na redução do números de casos da doença e de hospitalizações.” Isabel foi coautora de um artigo publicado na revista Science, em setembro deste ano, sobre os benefícios e riscos da vacina produzida pela Sanofi Pasteur. Em seu estudo, Isabel encontrou os mesmos riscos, mas chegou à conclusão de  que a vacina, se usada conforme a indicação da OMS, pode auxiliar o combate à dengue em áreas endêmicas, onde a infecção já atingiu em média 70% da população.

Em nota à reportagem, a Sanofi Pasteur, a empresa fabricante, afirmou que ambos os estudos se basearam exclusivamente em modelos matemáticos e por isso, embora relevantes, não podem ser aplicados à vida real.

(Via redação)

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