Na abertura do 12º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que sua sucessora, ao defender com firmeza o seu mandato, se firmou como uma líder política para conduzir o país para superar a crise. Ele falou após Dilma fazer um dos discursos mais duros desde que se reelegeu, atacando o “golpismo” e os “moralistas sem moral”.
“Deixamos de ter apenas uma presidenta para termos uma líder política do Brasil”, disse Lula ao comentar a fala de Dilma. aqui
“Dilminha veio para cá outra Dilma. Ela veio dizendo a todos: ‘Eu sei de onde vim e para onde vou’ […] ‘Não se enganem aqueles que pensam que virei uma mulher apenas preocupada com o mercado’, porque o mercado não votou nela. Quem votou nela foi a peãozada”, disse.
O petista também criticou a oposição comprometida com a agenda do impeachment. “A Dilma não ganhou as eleições para bater boca com os perdedores. Se eles querem chorar, que vão comprar cebolas”, provocou.
Lula defendeu a sucessora, mas foi duro com a política econômica do governo: “Ela sabe dos compromissos que tem, sabe que estamos em dívida e que precisamos fazer mais”.
Diante da plateia de sindicalistas, Lula dirigiu-se ao ministro Miguel Rossetto para afirmar que a base social da esquerda tem encontrado dificuldade de defender o governo diante das medidas de ajuste fiscal.
“O que Dilma tem de saber é que este país não pode ouvir falar em corte mais uma semana ou um mês. Ele tem de ouvir falar em crescimento e emprego”, disse.
O ex-presidente também pediu que o governo sintonizasse suas políticas com as propostas que defendeu na campanha presidencial de 2014: “Nós ganhamos a eleição com um discurso e os nossos adversários perderam com um discurso. A impressão que nós estamos passando aqui é que nós estamos com o discurso de quem perdeu e eles adotaram o nosso”.
Lula voltou å carga contra a política econômica do governo: “Não é aquele discurso que parece o Aécio falando, que parece que o Serra falando, não é aquele discurso para parecer que o Bradesco ou o Itaú estão felizes. Não fomos eleitos para isso”. A plateia reagiu com “fora, Levy”.
(via Folha)