Procuradoria havia recomendado que o processo que investiga o ex-presidente fosse encaminhada à força-tarefa da Lava Jato em Curitiba
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki enviou para a Justiça de Brasília um inquérito que apura a suposta atuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por obstrução das investigações da Operação Lava Jato. aqui
Segundo informações divulgadas pela revista Veja neste sábado (20), a Procuradoria-Geral da República havia recomendado que o processo fosse remetido às mãos do juiz federal Sérgio Moro, de Curitiba.
De acordo com a reportagem, Lula teria tentado influenciar líderes do Senado para “esvaziar” a Lava Jato. A suspeita foi levantada após delação do ex-senador Delcídio do Amaral, que disse ter se reunido com o ex-presidente e com os parlamentares Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR) no Instituto Lula, em São Paulo, em 2015.
Como o suposto esquema teria ocorrido no Senado, em Brasília, Teori entendeu que o caso deveria ser analisado por corte da cidade. “Nesse contexto, evidencia-se, em princípio, a inexistência de conexão necessária com os processos em trâmite na 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba”, escreveu o ministro em despacho assinado no último dia 8, que até então estava em sigilo.
Durante o encontro relatado pelo delator, Lula teria tentado “persuadir os congressistas, que estão entre as mais ascendentes lideranças senatoriais, a criar, no Senado Federal, comissão de acompanhamento da Operação Lava-Jato, com a finalidade explícita de miná-la”.
Como o suposto esquema teria ocorrido no Senado, em Brasília, Teori entendeu que o caso deveria ser analisado por corte da cidade. “Nesse contexto, evidencia-se, em princípio, a inexistência de conexão necessária com os processos em trâmite na 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba”, escreveu o ministro em despacho assinado no último dia 8, que até então estava em sigilo.
No documento, Teori também determinou realização de 18 diligências propostas por procuradores. Dentre as operações, estão o acesso às imagens dos circuitos de segurança do Palácio do Planalto, o depoimento do pecuarista José Carlos Bumlai e avaliação do processo e no termo de posse do ex-presidente Lula na Casa Civil. O prazo para a coleta das provas vai de cinco até 90 dias, com possibilidade de extensão.