No texto, ele garantiu aos parlamentares que não pretendia usar as informações que acumulou em seus anos no parlamento como moeda de troca pela manutenção do mandato.
Delcídio prometeu que vai levar metade do Senado com ele para cadeia, e tudo indica que sim.. Era para ser um tratado de armistício, mas a carta enviada há menos de dez dias por Delcídio do Amaral (PT-MS) a todos os seus colegas de plenário no Senado foi exibida nesta quinta-feira (3) como prova da “traição” e “deslealdade” do petista. aqui
No texto, ele garantiu aos parlamentares que não pretendia usar as informações que acumulou em seus anos no parlamento como moeda de troca pela manutenção do mandato. Ameaçado de cassação, o ex-líder do governo disse textualmente que “ódio e revanchismo não ocuparam” sua imaginação. O discurso caiu por terra após a revista “Istoé” publicar detalhes do acordo de delação premiada que o petista negocia com a força-tarefa da Lava Jato.
Delcídio enviou a carta a todos os senadores no dia 25 de fevereiro. No documento, falava sobre seu “injusto encarceramento”, mas garantia que os três meses que permaneceu preso não foram suficientes para “dobrar” o seu caráter. “Jamais fiz ou farei ameaça a qualquer pessoa”, afirmou o senador. “O injusto encarceramento me afastou temporariamente da convivência familiar, social e política. Todavia, não me exonerou da coerência e da razão”, continuou.
O petista, que está afastado de seu partido desde que foi preso pela Polícia Federal, disse que “seria falso” dizer que a “injustiça” não o feriu. “Ela testa nossa força, debilita o corpo e atormenta o espírito. Porém, essas provocações não dobraram meu caráter. Ódio e revanchismo não ocuparam minha imaginação”, sustenta Delcídio.
Aos pares, o senador que firmou acordo de delação premiada na qual acusa a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de tentarem interferir na Lava Jato, disse que estava sereno. O que mais incomodou os senadores, no entanto, foi a notícia de que Delcídio não poupou alguns de seus pares na denúncia que fez à Lava Jato. Segundo a “Istoé”, o senador mencionou senadores da base do governo e da oposição. Na carta, Delcídio disse que reafirmava seu “compromisso de lealdade com o Senado”. Os senadores, agora, se preparam para cobrar a fatura pela “traição” do petista. Parlamentares experientes apostam que o processo de cassação do petista será um dos mais céleres da história da Casa.