Afastada em agosto, a ex-presidente foi escolhida junto com Theresa May e Simone Biles, entre outras, pelo jornal britânico
A ex-presidente Dilma Rousseff, afastada do cargo no final de agosto, em um processo de impeachment, foi eleita pelo jornal britânico Financial Times como uma das mulheres do ano. Dilma foi escolhida ao lado da primeira-ministra britânica Theresa May, a ginasta olímpica americana Simone Biles, a candidata derrotada americana Hillary Clinton, a cantora Beyoncé, entre outras. aqui
A lista divulgada nesta quinta-feira pelo FT traz entrevistas e perfis com as mulheres que marcaram 2016, seja por triunfos ou por fracassos – como nos casos de Dilma e Hillary.
Ao correspondente britânico no Brasil, o jornalista Joe Leahy, a ex-presidente alega ainda estar chocada com reviravolta de sua trajetória, uma inversão que, de acordo com Leahy, correspondeu à do Brasil, que passou de um milagre econômico de mercado emergente a um desapontamento em poucos anos.
Aos leitores britânicos, a matéria explica como a crise econômica afetou a popularidade da ex-presidente. “Embora o Brasil tenha sido atingido pela queda das commodities, suas políticas econômicas intervencionistas – como tentar controlar os preços dos combustíveis e da energia – minaram a confiança das empresas.
O jornalista ressalta o contraste de seis anos atrás, quando a avaliação do governo Dilma fazia inveja a qualquer líder mundial. “Ela foi a mulher que finalmente quebrou o teto de vidro na política brasileira, que se colocou como campeã das minorias e dos pobres’”, diz o perfil.
Aos leitores britânicos, a matéria explica como a crise econômica afetou a popularidade da ex-presidente. “Embora o Brasil tenha sido atingido pela queda das commodities, suas políticas econômicas intervencionistas – como tentar controlar os preços dos combustíveis e da energia – minaram a confiança das empresas.”
Na entrevista, Dilma admite que não pretende mais concorrer a cargos eletivos, mas que vai continuar a ser “politicamente ativa”.
Dilma também diz que, pelas mulheres, queria deixar um legado de uma presidência bem sucedida, não um impeachment. “Quando você é uma mulher na autoridade, eles dizem que você é dura, seca e insensível, enquanto um homem na mesma posição é forte, firme e encantador”, contou ao repórter. Na conversa, Dilma brincou, dizendo que o mais frustrante foi o fato de ela ter sido pintada como ogro.
Confira todas as mulheres do ano, de acordo com o FT:
Jean Liu, presidente da Didi Chuxing, a maior empresa de transportes da China
Simone Biles, ginasta americana, destaque na Olimpíada Rio-2016
Dilma Rousseff, ex-presidente do Brasil
Maria Grazia Chiuri, primeira mulher no comando da Dior
Mary Berry, apresentadora da BBC
Njideka Akunyili Crosby, artista plástica nigeriana
Margrethe Vestager, líder do partido Social-liberal da Dinamarca
Phoebe Waller-Bridge & Vicky Jones, autoras da série Fleabag
Hillary Clinton, primeira mulher candidata à Presidência dos Estados Unidos
Sushma Swaraj, ministra das relações exteriores da Índia
Kellyanne Conway, estrategista e coordenadora de campanha do partido republicano
Park Geun-hye, presidente da Coreia do Sul
Beyoncé, cantora e empresária
Zaha Hadid, arquiteta renomada
Jo Cox, política britânica morta em junho deste ano
Rahaf, professora e refugiada
Latifa Ibn Ziaten, ativista franco-marroquina
Quarraisha Abdool Karim, epidemiologista sul-africana
(Via Redação)